Hoje, 80 anos após a instituição da Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC, a cidade de São Paulo conta com 1.319 linhas de ônibus e 13.434 veículos que realizam 163 mil viagens, rodam 2,3 milhões de quilômetros por dia e transportam 7,2 milhões de passageiros nos dias úteis. A revelação é de Caio Luz, Diretor de Planejamento de Transportes da SPTrans da capital paulista, que participou do evento on-line Transição Energética nos Transportes, realizado pela Diretoria de Mobilidade Interna da Subsecretaria de Patrimônio da Secretaria de Gestão e Governo Digital do Governo do Estado de São Paulo nesta terça-feira 26 de agosto.
O debate contou também com a presença de Heloísa Hollnagel, professora da Universidade Federal de São Paulo, bióloga e matemática, que salientou a necessidade de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS – para a redução da geração de gases de efeito estufa – como carbono, metano e óxidos de nitrogênio - que provocam poluição atmosférica e mudança climática. “O setor de transportes é prioritário para atingir esse compromisso”, alegou. Isso significa reduzir as emissões desses gases de 59 a 67% até 2035, segundo ela.
O PlanClima SP, segundo Caio Luz, é um plano que pretende zerar as emissões de gases de efeito estufa na cidade de São Paulo até 2050. A eletrificação da frota de transportes públicos na cidade teve início em 1900. Em 2012 foram realizados os primeiros testes com ônibus a bateria e em 2019 São Paulo passou a ter a maior frota desses veículos no país, que hoje conta com 880 veículos. Até 2028, 2,2 mil ônibus a diesel serão substituídos por outros movidos a fontes de energia limpa, dos quais 377 já foram entregues neste ano. A economia será de 35 mil litros de diesel por ano e de 230 mil reais para cada ônibus por ano.
Ao mesmo tempo, a Prefeitura de São Paulo vem realizando testes para a utilização de biometano, obtido pela decomposição do lixo orgânico, dentre outras fontes. A previsão é utilizar esse combustível em corredores verdes dotados apenas de veículos sustentáveis. Há, ainda, o projeto do Bonde São Paulo, percurso circular de veículos leve sobre trilhos no anel central da cidade, totalmente eletrificado e com baixa emissão de material particulado.
Ainda assim, Heloisa considera que há muito por fazer, devido a “um descompasso entre os compromissos internacionais e a implementação das políticas de descarbonização da frota de transportes públicos no país”. Para ela, os marcos legais, os compromissos internacionais e os instrumentos de governança e monitoramento precisam ser melhor articulados entre todos os níveis de governo para que possamos atingir a neutralidade das emissões de carbono ou gases de efeito estufa prevista até 2050.
O evento Transição Energética nos Transportes faz parte da iniciativa da DMI em realizar encontros on-line com especialistas convidados, abordando temas como mobilidade urbana, sustentabilidade, cidades inteligentes e gestão de frota.